Ana Carô Amaral

Pensamentos soltos sobre a vida depois dos 30

Andei lendo: Mustaine – Memória do Heavy Metal | Dave Mustaine e John Layden

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Henrique praticamente só ouve heavy metal. Eu gosto, mas não é muito o que escuto quando estou sozinha. Hahaha. Mesmo assim, tem uma ou outra banda que me ganhadepois de tanto ouvir no carro com o Henrique e acabo tendo na minha playlist de todo dia também. Esse é o caso do Megadeth.

Dave Mustaine é o fundador, guitarrista principal e vocalista da banda – que é considerada uma das maiores do gênero no mundo – e eu já tinha ouvido tanta história doida sobre ele que corri para pegar o livro quando o Henrique ganhou de aniversário. Furei a fila totalmente, nem deixei ele ler antes. Hahaha.

Dave teve uma infância difícil, em uma família um tanto conturbada. Cresceu entre religiosos fervorosos e, já no começo da adolêsncia, fez tudo o que podia para contestar essas crenças e seguir por outro caminho. Encontrou nas drogas (álcool e maconha, a princípio) uma boa saída e seguiu com esse costume pelo resto da vida.

A música apareceu em seu caminho por acaso e virou sua grande paixão. Saiu de casa e, depois de passar por alguns trabalhos chatos e que não rendiam muito, virou traficante. Traficava basicamente só para seus amigos e para consumo próprio, mas conseguia dinheiro suficiente para viver.

No final da adolescência ele entrou para o Metallica, uma banda que estava apenas começando e que prometia ter muito futuro. Gravou demo, fez turnê com os caras da banda, morou com um deles por um tempo… considerava que tinha encontrado uma família e estava feliz. Passava os dias bêbado ou chapado com outras drogas e à noite tocava. Tinha todas as mulheres que quisesse, a vida era uma festa constante.

E aí veio o golpe: depois de aguentarem por alguns anos seu comportamento agressivo quando estava bêbado, os companheiros de Metallica não aguentavam mais. Acordaram Dave no meio de uma turnê e o avisaram que estava fora da banda. Tinham comprado uma passagem de ônibus para ele e pediram que ele fosse embora logo, para não perder o ônibus. E foi isso. Assim, sem grandes considerações, rápido e com muita dor.

Essa separação é algo que acompanha Dave até hoje, uma ferida que não fechou muito bem. Em vários momentos do livro ele fala do Metallica, diz que sempre se comparou a eles e que sofreu muito quando diziam para ele que a maior banda de metal do mundo não o quis mais. Para ele é algo muito pesado e triste ter conseguido chegar a ter apenas a segunda maior banda de heavy metal mundial e saber que está longe do Metallica, no primeiro lugar.

Após voltar para casa Dave voltou à velha rotina de antes: drogas e álcool o dia todo, sem muitas perspectivas de vida. Até que conheceu David Ellefson e, com ele, resolveu montar uma banda nova. Encontraram outro guitarrista e um baterista, ensaiaram, criaram músicas e gravaram discos. E foi aí que tudo começou a virar uma loucura maior ainda: Dave e todos seus companheiros de banda eram viciados em heroína e cocaína. O vício era parte muito importante da vida de todos e, com o tempo, a coisa começou a ficar fora de controle.

Ao longo dos anos Dave demitiu vários guitarristas e bateristas e se manteve viciado, sem querer ajuda ou admitir que tinha um problema. Entrou e saiu da reabilitação várias vezes, passou muito mal, quase perdeu a guarda dos filhos e a esposa. Até que, no começo dos anos 2000, encontrou um caminho na fé. Se converteu, conseguiu se livrar dos vícios (tendo algumas recaídas pelo caminho) e começou uma nova vida. Se separou do Ellefson no Megadeth e, até hoje, faz turnês e lança discos de muito sucesso com o Megadeth.

Gostei bastante da biografia. Dave não tem muitas papas na língua e conta várias histórias vergonhosas e bizarras, algumas até engraçadas. Geralmente autobiografias são um pouco enganadoras, já que as pessoas escrevem puxando a sardinha pro lado delas, né? Dave faz um pouco isso sim, mas não tanto. Ele escancarou bastante coisas que não é todo mundo que teria coragem de contar pra todo mundo. Achei honesto.

Preço: R$25,90 no Submarino

Este livro me ajudou a cumprir o item 14 do 2015 Reading Challenge.

Ana Carolina

3 comentários em “Andei lendo: Mustaine – Memória do Heavy Metal | Dave Mustaine e John Layden

  1. Nem sei quenhé essa pessoa hahahah
    Mas detesto biografia que bota pano quente nas tretas. A gente quer saber das fofocas mesmo, e não de como eles foram maravilhosos o tempo todozzzzzzzzzzzzzz

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