Ana Carô Amaral

Pensamentos soltos sobre a vida depois dos 30

Rotaroots: Abraçando Patinhas

Quando fiz minha nova lista de 101 coisas para se fazer em 1001 dias, coloquei “adotar um cachorro” nela. Eu e o Henrique amamos cachorro e queremos ter um pra encher a casa de amor e diversão, mas somos totalmente contra a compra e venda deles. Sendo assim, adoção é nossa opção e, confesso, sempre fico meio chocada quando algum amigo me conta que pagou para ter um companheiro peludo e, principalmente, o quanto gastou nisso.

Já li muitos relatos de crueldade com cães usados para a procriação com intuito de comercialização dos filhotes e isso não entra na minha cabeça. Também cobrar alguns milhares de reais por um filhote, só porque ele é “da raça da moda”, é ridículo. Desculpa se você acha legal sustentar esse mercado, mas essa é minha opinião. Eu quero ter um cachorro, mas não vou pagar por ele enquanto tem muitos outros esperando um lar. A hora da gente adotar um ainda não chegou, mas não vejo a hora disso acontecer.

Uma das únicas fotos que tenho do Léo, quando ele ainda era nenis. O Baixinho tá velho, mas continua com essa cara de novinho - genética boa? :p
Uma das únicas fotos que tenho do Léo, quando ele ainda era nenis. O Baixinho tá velho, mas continua com essa cara de novinho – genética boa? :p

Quando eu tinha uns 7 anos, a poodle da minha tia teve filhotes e minha mãe me deixou escolher um. Léo viveu com a gente por 17 anos, era um cachorro bem chatinho (como todo poodle, né? Hahaha), mas foi meu companheiro enquanto eu crescia. Tinha raça de dondoca e espírito de vira-lata. Adorava se esfregar na terra, odiava banho e gostava de toda comida que sujava bastante – manga e macarrão faziam seu bigode ficar todo molhado, ele amava. Morreu de velhice, teve uma vida boa, era o xodó da minha mãe.

Quando eu tinha uns 14 anos, um vizinho maluco resolveu bater em um filhotinho vira-lata que estava dormindo na porta da garagem dele. Minha mãe viu aqui, ficou com dó e abriu nosso portão para o cachorro se refugiar. Ele estava tão assustado que só entrou em nosso quintal quando ninguém estava por perto. Demorou alguns dias para deixar a gente chegar perto, mas foi logo ficando amigo do Léo. Quando conseguimos chegar perto, vimos que ele era o cachorrinho mais lindo do mundo: branquinho, com manchas pretas e marrons, nariz rosado com manchinhas pretas (que ficou todo preto conforme ele foi crescendo) e a barriga mais rosinha e gostosa que já vi. Minha mãe deixou ele ficar em casa “até encontrar alguém que queira ele” mas, na real, a gente nunca procurou um dono pra ele. Zé/Baixinho entrou pra família de supetão, sem a gente escolher um nome de verdade (a gente não ia ficar com ele, lembra?) e conquistou todo mundo. Muito esperto, brincalhão e doce, super parceiro. Conquistou até o Léo, que meio que virou seu namorado e deixava ele comer toda a carne primeiro, ficando só com o arroz. Hahaha.

Foi o Baixinho quem avisou meus irmãos de que o Léo estava passando mal, ao morrer. Era ele também quem me esperava todo dia quando eu ainda morava com meus pais e chegava do trabalho, na porta da sala, esperando para fazer festinha. Hoje tem 16 anos, está um tanto surdo, cedo, cansado e morre de medo das minhas sobrinhas. Mesmo assim, continua sendo o companheiro da minha mãe, que dorme alguns dias na sala porque ele reclama de ficar sozinho no quintal. Adotar o Zé não foi pensado, simplesmente aconteceu. Foi uma das melhores coisas que podiam ter acontecido. Ele já está com 16 anos, cansado, e vem apresentando alguns problemas de saúde. O triste é saber que logo logo ele se vai. :(

cachorro-pipo
O nome era Snoopy, mas ele só era chamado assim quando ia tomar bronca. Saudade, Pipinho Lindo! <3

O Henrique também conviveu por muitos anos com um amigo adotado, o Pipo. Pipo era o tipo grandão bobão, calmo, brincalhão e carente, sempre pedia carinho para quem quer que sentasse no sofá. A velhice chegou rápido, em menos de 6 meses ele passou do cachorro que subia e descia escadas correndo para o que mal podia se levantar. Teve que ser sacrificado, para que seu sofrimento acabasse. Deixou saudade, a impressão constante de que ele pode entrar a qualquer momento em algum cômodo da casa da minha sogra e muitas histórias na lembrança.

É por isso que acredito muito na adoção e, sempre que me pergunto, digo em alto e bom som que vira-lata é minha raça favorita. Espertos, carinhosos, companheiros… eles trazem com eles a mistura de muitas raças, a beleza diferente e, geralmente, a dor de ter vivido na rua. Você deixa eles entrarem na sua vida para cuidar, amar e, em troca, recebe todo o amor do mundo. Crescer brincando com meus cachorros e ver a responsabilidade que é ter um bichinho (por que sim, parte do amor que você dá para eles deve ser em cuidados e preocupações) com certeza me fez uma pessoa melhor.

Esse mês o Rotaroots está com uma campanha incrível apoiando a ABEAC, uma ONG séria que hoje abriga mais de mil cães. Em parceria com a Max – Total Alimentos, a cada doação pelo sistema de responsabilidade social da marca, a empresa acrescenta 50% a mais. Por exemplo, se você doar 1kg de ração, a instituição receberá 1,5kg. O pagamento é feito por PagSeguro, você pode escolher a ONG de sua preferência e ajudar muitos peludinhos que estão sem lar. Tudo bem rápido e barato, já que a doação mínima é de um quilo de ração, que custa pouco mais de R$6.

As meninas do Rotaroots já conseguiram 1 tonelada em doação para a ABEAC, mas querem chegar ao marco de 2 toneladas. Quer ajudar? Simbora doar pelo link da ONG no Max em Ação.

“Esta blogagem coletiva faz parte do projeto Abraçando Patinhas, uma iniciativa do Rotaroots em parceria com a marca de ração Max – da fabricante Total Alimentos. Esta iniciativa reverterá na doação de 1 tonelada de ração para a ABEAC, ONG responsável pelo bem estar de cerca de 1100 cães. Saiba mais sobre o projeto no site do Abraçando Patinhas ou participando do grupo do Rotaroots no Facebook.”

Ana Carolina

2 comentários em “Rotaroots: Abraçando Patinhas

  1. preciso dizer o quanto eu amei esse post? só não valeu fazer minha garganta apertar… mas as historias são lindas, Ana.
    Achei a campanha o máximo e já guardei o link. Assim que der vou doar. :)

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