Elvis e Frank Sinatra, pra mim, são os artistas que eu ignoro qualquer canalhice que tenham feito e separo lindamente o artista da obra. Sabe toda essa coisa de cancelar coisas que a gente gosta por causa das merdas que as pessoas que as criaram fazem ou fizeram? Desculpa, pra obra desses dois eu passo o pano mesmo (um enorme, porque se tem gente que fez merda escrota nessa vida foi o Frank).
Nasci de 1984, Elvis já tinha morrido e Sinatra já era um senhor de cabelos brancos, então você pode se perguntar: de onde veio essa paixão? É claro que veio do meu pai. Seu Oswaldir adorava música e, entre um samba e outro, sempre colocava um pouco de música clássica e muuiiito Elvis e Sinatra. MUITO. E aí, o gosto passou pra mim.
E o que tudo isso tem a ver com o filme do Elvis? É que o filme é MUITO bom. O ator está ótimo, a direção de arte é perfeita, mostra alguns pontos da história do Elvis que eu nunca tinha visto fora dos livros… e, o tempo todo em que eu estava sentada naquele cinema, eu só pensava no quanto meu pai teria gostado de assistir àquilo comigo. Seu Oswaldir ia gostar de saber que o ator realmente cantou as músicas do Elvis e o fez tão bem. Ia gostar de ver as partes sobre a relação dele com o Coronel e ia colocar logo o DVD do Comeback de 68 pra assistir porque, assim como eu, ia ficar com vontade de ouvir mais Elvis.
Os adolescentes sentados ao meu lado devem ter me achado uma doida, chorando em partes zero emocionais do filme, mas foi um tapa na cara. Logo nos primeiros 5 minutos, fiquei toda arrepiada e já pensei no meu pai. O arrepio ia e vinha, assim como a saudade dele. Foi gostoso assistir e ter a certeza do quanto ele gostaria do filme, mas a dor da falta dele se fez presente na mesma intensidade.
Ai que saudade do Seu Zaldir.