Era 1996, a gente tinha um poodle mimado em casa, o Léo. Minha mãe jurava que nunca teria outro cachorro, que o Léo já dava trabalho suficiente. Aí um dia ouvimos um cachorro chorando na rua, fomos olhar e era um maluco batendo em um filhotinho tão pequenininho e magro que minha mãe não teve opção: tentou pegá-lo no colo, mas quem ia querer colo de uma estranha depois de apanhar por não ter feito nada?
O jeito foi deixar o portão de casa aberto, com um pote de comida na garagem pra ver se ele criava coragem de entrar. Só entrou quando não tinha ninguém olhando, comeu e foi se esconder no mato do jardim. Demorou um ou dois dias pra ele começar a chegar perto da gente, mas fez logo amizade com o Léo. “É só até encontrar alguém que queira ele”, repetia Dona Bete. Por esse motivo nunca escolhemos um nome. Cada um chamava de um jeito e assim o Zé-Baixinho-Bidí-Cachorro-Vaca foi ficando… E hoje, quase 20 anos depois, ele partiu.
O cachorro mais feliz que já conheci, o que me esperava na porta fazendo festinha quando eu chegava do trabalho e não me dava sossego até eu brincar um pouco. O que era tão amigo do Léo que ficou semanas triste quando ele morreu (e foi quem avisou alguém de que o Léo estava passando mal no quintal, quando o coração dele parou de funcionar). O vira-lata que me ensinou que os sem raça são a raça mais querida. O que corria o quintal inteiro sem se cansar, não parava quieto e que passou seus últimos meses sem conseguir andar por muito tempo sozinho.
Ele adorava tomar banho e ficava deitado no sol cheio de pose para se secar. Escapava pelo portão e morria de medo da gente não sentir falta dele, então voltava correndo e chorava até a gente abrir o portão pra ele entrar. Era MALUCO por chocolate, me enchia o saco até dar um pedacinho de nada pra ele. Tinha a pança toda rosa, com manchas pretas, igual a uma vaca. Foi o último “filho” a ficar na casa dos meus pais.
Vai em paz, Baixinho. Vê se corre pelo céu dos cachorros até encontrar o seu namorado, o Léo. Aposto que ele deve estar ranzinza num canto reclamando de saudade de você. Obrigada por tudo.
PS: Ontem postei esse texto no meu Instagram e no Facebook, mas eu tive que guardá-lo aqui também. <3
Eu nunca perdi nenhum dos meus bichos. A mais velha está ficando velhinha, e já vai me dando uma dor…
Muita luz pro Cachorro-Vaca!
Obrigada, Jade!
Que lindo ele. s2
Dois dos meus filhos-cachorros já foram pro céu (um no ano passado, outro no ano retrasado) e não existem palavras pra descrever a saudade.
Mas é boa a sensação de ter feito tudo por eles.
Tenho certeza que seu Baixinho sabe do quanto foi amado e agora está em paz, olhando por vocês lá de cima!
Beijo!
A saudade é enorme mesmo, Anne. Mas ficam as lembranças, né? Esses bichinhos trazem tanta alegria pra nossa vida, depois do baque da perda ficam só as lembranças boas. <3
Oi Carô! Eu amo seu blog, veio aqui religiosamente toda semana. Nunca “falei” aqui, ou falei pouco. Mas cachorros são minha paixão, os vira latas principalmente. E como não poderia deixar de ser, esse texto mexeu bastante comigo. Dona de seis cachorros, todos tirados da rua, já vivi a partida de dois deles, e ainda doí. Eles com certeza são anjos colocados na terra para nos ensinar a amar.
Oi Welen!
Poxa, muito obrigada pelo comentário. <3
Eu sou a maior fã de vira lata, são tão espertos e lindos. No futuro quero voltar a ter pelo menso um!
Realmente bichinhos são puro amor, são uma companhia fiel e de uma entrega de carinho sem fim. Concordo que são anjos.
Sinto muito Ana. Já perdi alguns animaizinhos nessa vida e sei o quanto a gente sofre. TIve uma cachorrinha que ganhei com 6 anos e ela morreu com 17. É um membro da família que se vai né! Bjos
É um membro da família que se vai mesmo, Nanda. Mas ficam as lembranças, né? Todo bichinho que passa pela nossa vida deixa marcas deliciosas pro resto da vida. <3
Chorei! O céu ficou mais lindo por causa desse anjinho de quarto patas!
Beijos!
Obrigada, Gisley!