Esse nomão todo pode ser traduzido para Memorial do Muro de Berlim. Hehehe. ;)
O Memorial fica a céu aberto, no meio da rua e bem ao lado da estação de trem de Nordbanhof. Por ser na rua, é de graça. O espaço é grande e tem muita coisa para ver por lá.
Este é o único trecho do Muro preservado exatamente como era nos tempos em que ele dividia a cidade. Você pode subir em uma plataforma e olhar lá de cima para ter noção de como ficavam os lados Ocidental e Oriental do Muro, a distância entre os muros dos dois lados – pois é, eram dois, com um espaço entre eles para os guardas andarem, chamado de “faixa da morte”. Sempre achei que fosse o mesmo Muro para os dois lados! – e a torre de guarda. Também pode ir andando e ver de perto, menos o espaço entre um muro e outro, aí a entrada é fechada. Tudo ali é original e mantém o mesmo estado de manutenção que tinham na época em que o Muro ainda existia.
O Muro do lado Oriental é o mais famoso, como todo mundo conhece: bem alto, totalmente pichado, com as bordas arredondadas para ser difícil conseguir subir e passar para o outro lado. Do lado Ocidental, o Muro era muito mais simples e baixo, com até algumas frestas entre um bloco e outro de concreto – até porque ninguém iria querer passar do lado Ocidental para o Oriental, né?
Por toda a extensão do Memorial você pode ver fragmentos do Muro e até algumas vigas de ferro que faziam parte dele.
Na área também fica uma capela toda revestida por vigas de madeira, chamada Capela da Reconciliação. Exatamente onde ela existe hoje havia uma outra capela (também com esse nome), que ficou “perdida” na faixa da morte durante os anos do Muro e foi demolida pela RDA em 1985. Depois da queda do Muro a reconstruíram.
Ao longo de toda a visita você pode conhecer um pouco mais sobre a história da construção do Muro e de pessoas que tentaram fugir para o lado Ocidental e acabaram morrendo por isso. Como o Memorial fica na Bernauer Strasse e ali o Muro dividia a rua literalmente em dois mundos, o local foi palco de fugas bem impressionantes, como gente descendo de corda pela janela do apartamento para conseguir ir para o lado Ocidental ou simplesmente se jogando da janela de casa para lá (e, claro, isso geralmente não acabava bem). Depois de acontecer a primeira morte por tentativa de fuga, o governo da RDA mandou cimentar as janelas dos apartamentos que davam para o lado Ocidental e a evacuar aos poucos os prédios. Em um trecho existe uma estrutura de ferro com a foto das 136 pessoas que morreram tentando ultrapassar o Muro durante os anos em que ele esteve de pé.
Na estação de Nordbanhof também tem uma exposição de fotos das estações de metrô que, por serem de linhas que vinham do lado Ocidental, foram bloqueadas pela RDA. Assim, com o tempo, as estações foram sendo chamadas de Estações Fantasma. Meio sinistro imaginar todo aquele espaço inutilizado.
Fomos ao Memorial em nosso penúltimo dia na cidade, depois de ver vários fragmentos dele pela cidade (inclusive a parte mais artística e alegre, na East Side Gallery) e confesso que em nenhum momento imaginei como o Muro se parecia do lado Ocidental ou que havia uma “faixa da morte” entre os dois lados. Achei que o Memorial foi o melhor lugar para saber um pouco mais sobre a real história do Muro.
Mais informações: Site oficial
Que experiência, Ana. Deve transmitir uma energia intensa, um tanto sinistra, eu imagino. No entanto, o lugar é a linguagem da memória. Desconhecia as diferenças entre os “muros”.
É meio sinistra mesmo, Patricia. Pensar que da noite pro dia famílias foram separadas, o povo perdeu a liberdade de ir a lugares da cidade a que estavam acostumados… tenso.
Cada post eu tenho que googlar mais a história da Alemanha, pq eu vejo que não sei absolutamente nada!
E to achando muito bizarro como esse povo consegue viver o dia-a-dia no meio de tanta história, destruição, dor…
Hahha. mas sabe que eu tb não lembrava de muita coisa? Sabia o geral, pq sempre gostei do assunto, mas alguns detalhes aprendi quando me deparei com eles.
Sobre o muro eu realmente não sabia quase nada. Aprendi tudo o que sei lá. Hahaha.
Qto ao povo… eu e o Henrique ficávamos sempre olhando os mais velhos e pensando como tinha sido a vida deles durante a Guerra e o Muro. Deve ter sido muito foda.